sábado, maio 24, 2008

Arte ou Indústria

Com inúmeras designações, diversificando-se pela disposição geográfica de cada região do País, nomeando algumas mais corriqueiras, tais como “largar um braço”, “mandar um fax”, “obrar”, “despejar o puto”, “arrear o calhau” ou como é vulgarmente conhecido – Cagar.

Para mim cagar não apenas uma necessidade fisiológica que a ser possível, muitos eliminariam essa funcionalidade corporal à nascença.
Quem caga e passado trinta segundos está despachado não desfrutou O Cagar, logo, não está a viver em harmonia com o redor e, consequentemente, não é Uno.

Para estar em uníssono com o Universo é preciso sentir o Cagar, ouvir o Cagar e no fim olhar o Cagar.
Olhá-lo nos olhos e sentir aquele orgulho de quem fez um bom trabalho, enquanto sacudimos aquela gota de suor que escorre no canto da testa.
Sim, porque ir à casa de banho não é imediatamente após se sentir a vontade, mas sim momentos antes da explosão final, porque só assim se sente toda a adrenalina.

Associada à aventura de cagar está a leitura, na minha opinião, duas componentes indissociáveis.
Regra geral, as bibliotecas das pessoas têm lugar numa estante na sala ou num escritório próprio para o efeito, no entanto, a minha está na casa de banho, três palmos ao lado da sanita.

Haverá, concerteza, o estereótipo, negativo, do tipo de leitura associado a esta altura, como revista Maria ou textos dessa natureza, mas na verdade não existem regras nem limites para o que se deve ler nesta situação.
No meu caso, vou lendo Maxmen, a Super Interessante não deixando de alternar uma banda desenhada.
Mais uma vez não são guias de orientação, apenas escolhas pessoais, uma vez que gosto de alternar sensualidade com cultura e um toque de fantasia.

Para os leitores mais conservadores que já torcem o nariz e criticam entre dentes, meus amigos, eu respondo-vos:
Cagar é arte, é magia.
Cagar é cultura, é paixão.

Cagar é o corpo a confessar que algo está mal e que é preciso sanar essa perturbação remetendo-nos, imediatamente, para um cubículo de introspecção.

Prova intemporal é o facto de uma das obras mais célebres de Auguste Rodin ser "O Pensador", representando um homem em medição profunda sobre a vida.
Onde? - quereís vós saber.
Numa sanita.


Vai buscá-la , G.


P.S. Sim, toalhetes são um must.

1 comentário:

Anónimo disse...

Yugs, daw nabasahan ko naman ni sa iban nga blog?