terça-feira, janeiro 31, 2006

Sociedade Consumista?!

Desculpem-me todos vocês pela ausência de quase um mês..estive embrulhado na fase mais dura da minha já longa carreira de estudante. O culminar do esforço acumulado ao longo de um semestre. O orgasmo seguinte a meses de estudo afincado (ou não..). Assim, estou vivo, este post prova-o, e pronto a ser bardina outra vez.
Aqui vai. O post vai a meias, como o são os sentimentos que lhe dão sentido.
"Sociedade de consumo" parece idiotice. Porquê? Porque dá ideia que é da sociedade a culpa deste consumismo desmesurado. Tudo mentira..fruto de palavras tolas de alguém.
No fundo, se algumas vezes (e isto para tantos como eu funciona várias vezes por semana) desligamos o botão da forretice, tiramos as nossas vendas anti-montra, a culpa não é nossa. Isto acontece porque existem os centros comerciais. Acontece porque algum dia alguém se lembrou que ser altruísta e oferecer coisas era arcaico. E acontece também porque algum dia alguém se lembrou que vender sozinho não tinha piada nenhuma..e daqui surgiu a concorrência.
E o que é que a concorrência faz?..faz-nos acreditar que somos muito astutos, que ascendemos ao altar dos manhosos (e isso faz-nos sentir lindamente), porque conseguimos comprar o que queriamos no sitio mais barato..a verdade..é que se não houvesse a opção mais barata não o teríamos comprado. Ter-nos-íamos poupado a mais uma futilidade.
Com isto o capitalismo cresceu, nós odiamo-lo, achamo-lo sujo, mesquinho e hipócrita, mas fazemos tudo para que ele não deixe de existir. Perdemos a pureza..deixámos de valer pelo que somos para passar a querer valer pelo que ostentamos. Privamo-nos de negociar com o senhor Acácio ou a dona Arminda para comprar em lojas grandes e para quem não valemos mais do que o denheiro que estamos dispostos a gastar com eles.
Revejam-se nesta situação: Acordo de manhã. Levanto-me, urino, deito-me de novo. Ligo a televisão e, ou estou em dia sim, ou então, nos três primeiros canais por onde passar, lá estão os anúncios publicitários a dar-me os bons dias (ou tardes…). Abro a janela meia hora depois para deixar a luz (e ar puro) entrar. Primeira visão: dia sim - gaja boa; dia não - Pastelaria Águas do Monte e, mais à direita, "Vende-se Moradias". Vou almoçar. Desde a caixa de cereais, passando pelo pacote de arroz, ovos e comida congelada, todas as suas embalagens incentivam à compra de 50 unidades iguais áquela para se poder participar num sorteio e, então sim, sermos candidatos a ganhar um prémio sob a forma de carro, casa ou vale de compras. Resultado: nunca ganhamos e nunca conhecemos ninguém que tenha ganho.
Saio de casa. Vinte metros depois de ter saído pela porta do prédio, escorrego num pedaço de merda que estava no chão deixado gentilmente pelo cão da vizinha de cima. Dou uso, então, a um daqueles flyers (onde se anunciam as grandes promoções de uma empresa de mobiliário ou convenções espirituais, que seguem pelas ruas ao sabor do vento). Sigo para a escola, olho para a direita e lá está a IKEA a vender madeira preciosa de Cabinda ao preço da chuva… Ignoro e sigo, na minha, alegre. À entrada da escola, o HK dá uso à sua fama e convida-nos para mais uma das suas festas. Fazer, aqui um parêntesis..(para dizer que quando eu convido alguém para vir a minha casa, não cobro 20€ à entrada e ofereço duas bebidas brancas ou cinco imperiais…).
E se pensas que ao chegares ao auditório te vês livre dessa pressão..enganas-te. Há sempre um “Destak” ou “Metro” que, para além de nos darem notícias do que se passa em Portugal, trazem também todos os Professores Mestres Videntes “Afro-Franceses” ligados ao espiritismo e à mudança de vida de uma pessoa, como o Fofana, o Alaje, o Bambo ou o Karamba. Acabam as aulas.
Volto pra casa..pelo caminho uma carrinha a anunciar a abertura do novo Inter-Marché ou a chegada do Circo Chen. Vejo anúncios na TV. Desligo-a. So tenho um resto de pilhas biológicas pra gastar. Escrevo este post. Durmo e espero que amanhã seja diferente.

Contem quantas destas iniciativas não nos fariam gastar dinheiro e tirem as vossas conclusões.

Consumidos, d.C. e "O" F.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ricardo "O Empresário"

Eu não sabia mas fiquei a saber, pensei que as patas na cabeça daquele "guarda redes" fossem resultado duma paragem cerebral, mas afinal o rapaz começa a aperceber-se que não dá para a bola então está já a planear a mudança de ramo.
Li que as patas na cabeça do menino, afinal são o símbolo da marca de vestuário que o tal "guarda redes" espera lançar no mercado, denominada Doberman.

Ora portanto, segundo a Federação, e aqui tenho que transcrever um pouco do regulamento - “O jogador que, em desrespeito pelas leis do jogo, exibir ‘slogans’, imagens ou formas de publicidade fora dos locais regulamentarmente previstos, independentemente do seu suporte, é punido com multa de 2000 a 5000 euros”.

Saltando da parte técnica para a engraçada, o suposto guarda redes quando confrontado com o porquê do novo "penteado" responde, e cito : "o novo penteado era uma homenagem aos cães da raça doberman porque são vítimas de grandes injustiças".

Ricardo, porque teima em ser imbecil?


Ainda surpreendido com tamanha idiotice, G.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Tudo tem solução


Se mesmo depois disto se meterem em merdas é porque merecem.

Sempre a pensar em vocês, d.C. e G.

terça-feira, janeiro 24, 2006

O Desenlace

Quatro canais em acesa batalha para trazer a melhor informação acerca das presidenciais, os mesmos canais que noutros horários semanais apresentam programas extremamente pedagógicos e instrutivos para quem quer entrar no mundo do cinema e novela.
Significativos euros "investidos" nas respectivas campanhas presidenciais e posteriormente em estatísticas actualizadas ao minuto sobre os avanços e recuos dos candidatos, todavia, noutros dias da semana comenta-se "A crise" e na necessidade de gerir e controlar despesas para não aumentar o défice.
Análises e entrevistas com várias personalidades, durante um belíssimo jantar típico da classe burguesa, com vista num parecer vaticinador do resultado sempre na ânsia de ser o primeiro a declarar o vencedor.

Podiam-me ter perguntado, ganhou o Professor..quem diria.


Com nenhum assunto, G.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Eu, louco?

Eu, louco? Não… Gosto muito de comer pão com os meus amigos pombos no Marquês de Pombal, mas louco não.
Está aqui uma pessoa em esforço mental há duas semanas a fazer exames para a faculdade, faço “zapping” e paro na RTP Memória todos os dias para ver o Hermano, e vêem com sete facas na mãos a dizer “tás louco”.
É que não faz qualquer sentido, faço o 4, em pino e em cima da cama e ainda toco com o pé direito no tecto, qualquer dia não me deixam falar porque pensam que estou mesmo louco… Metem-me um açaime, o cão da minha vizinha de cima tem problemas de vesícula, e uma camisa de forças.
Tudo bem, no outro dia ia atropelando um urso panda a caminho do Torrão, mas não é por isso que estou louco.
Eu até gosto de ovelhas…





Um ataque epiléptico, com uma lagosta, do P.I.T: d.C.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Presidenciais 2006

Hoje, nada de paródia, nem um pouco de galhofa...o assunto é sério.
Temos vários candidatos..ouvi até falar de uma professora que foi filmada enquanto se dirigia ao Tribunal Constitucional para apresentação das assinaturas. Contudo, como não tenho presente se as ditas foram aceites ou não, vou apenas falar daqueles que de há um mês para cá têm feito manchetes nos jornais e aparecido diariamente nas televisões (Cavaco Silva, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Manuel alegre e Mário Soares) e daquele a quem foi imposta a ausência nos primeiros debates em fase de pré-campanha e que agora já vai sendo protegido pelo direito de antena (Garcia Pereira). Primeiro facto preocupante: desequilíbrio de ideologias. A representação da direita é assegurada apenas por Cavaco Silva enquanto a esquerda é defendida pelos outros cinco candidatos, seja ela a esquerda mais extremista de Louçã ou Garcia Pereira, a aparentemente mais moderada de Manuel Alegre ou a mesquinha esquerda "Soariana". Defendo, sem hesitações, o professor Cavaco Silva porque tem tido a capacidade e classe de ouvir acusações fundadas nem se sabe bem em quê por parte dos restantes candidatos e manter-se sereno. É notória a união da esquerda, não sei até que ponto se justifica, mas friso a forma, para uns indelicada, para outros correcta, com que Cavaco Silva se tem alheado de batalhas pessoais, procurando estreitar a sua relação com as massas que o têm apoiado. Lamenta-se contudo a pouca capacidade retórica. Muito seguro, porém demasiado calculista. Quanto à esquerda, começando por Francisco Louçã, muito pouco há a comentar. O seu discurso variou pouquíssimo no último mês relativamente àquilo que o mesmo tem sido no último ano. Preocupa-se legitimamente, com problemas de fundo que estão à vista de todos, mas não apresenta medidas concretas para os mesmos, sendo que muitos deles me suscitam dúvidas quanto à possibilidade de ser o Presidente da República a resolvê-los. Um discurso claramente de esquerda, porém demasiado elitista e académico, acaba por escapar a mais de metade daquilo que é o eleitorado do BE. Garcia Pereira não tem tido muitas oportunidades para se fazer ouvir (refiro-me a debates) mas é, dos candidatos de esquerda, a par de Manuel Alegre, aquele que não tem centrado a sua argumentação no combate a uma vitória de Cavaco Silva. Um bem haja. Jerónimo de Sousa, cuja campanha me surpreendeu imenso nas eleições legislativas, tem vindo a cair na enfadonha ladainha comunista à qual Álvaro Cunhal e Carlos Carvalhas durante tanto tempo nos habituaram. Uma desilusão nas tentativas de se aproximar do povo. Extrema facilidade de levantar problemas. Extrema dificuldade em oferecer soluções credíveis. Manuel Alegre..para mim a maior surpresa. Pouco conhecia do candidato poeta até ao último mês. Tem demonstrado ser um bom orador, tem mantido a serenidade e tem tido capacidade de se manter, também ele, alheio a batalhas pessoas. Tem sido capaz de contrapor à direita apenas as questões que a ideologia de esquerda moralmente lhe impõe. Contudo, demasiado preso ao 25 de Abril, esquecendo-se por vezes que os tempos são outros. Por fim, a maior desilusão de todas, Mário Soares. Incapaz de descer do pedestal ao qual subiu no último mês, baseia a sua campanha numa batalha pessoal com Cavaco Silva. Ataca de forma mesquinha. Defende-se de forma ainda pior. Tem tentado incessantemente perfurar a barreira de indiferença erguida pelo seu principal adversário mas sem resultados práticos. Poder-se-ia valer, quem sabe, da sua figura carismática. No entanto, mantém-se altivo e arrogante como nunca, o que me leva a crer que, pelo contrário, está a denegrir a imagem que o povvo português tinha de si. Perdeu a classe e com ela grande parte do eleitorado.
Finalmente e num plano geral, parece-me injustificado o temor que os candidatos apresentam relativamente à possibilidade de uma dissolução do Parlamento. Leia-se a Constituição e facilmente se conclui que o processo não é do quotidiano e não será aceite sem justificações muito fortes. Se, como Mário Soares tem dito, à fase de medidas impopulares por parte do Governo, se seguir a fase de estabilização, não haverá riscos de que o Presidente necessite de recorrer ao seu maior poder. Confie-se em quem apresentar soluções, em quem demonstrar maior capacidade de ser forte na defesa dos interesses do país e deixe-se de uma vez por todas de fazer da campanha presidencial uma campanha de partidos. Ela é, acima de tudo, uma campanha que se quer personificada.

"O" F.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Pseudo-intelectuais...que volta ao estômago!

Conheço alguns, um em particular cujo nome não revelo, mas sei que a "pseudo-intelectualidade" que aquela carcaça transporta não se esgota nele. São centenas mas são todos iguais. Não é que seja muito difícil ser-se um..é só porque não me seduz mesmo..contudo, o segredo está ao alcance dos mais humildes.
A questão é ser-se tudo o que os outros não são. E cito:
primeiro passo, alistar-se no Bloco de Esquerda;
segundo passo, ler coisas que ninguém lê - revistas anti-capitalistas e livros daqueles escritores que, também eles, só conseguem escrever aquilo que mais ninguém escreve - e que, em vez de encherem o cérebro de coisas úteis e interessantes, ainda o esvaziam;
terceiro, ouvir músicas variadíssimas, com passagem imperativa pelo Jazz;
quarto, ser um crítico acérrimo do cinema comercial e capitalisma americano e dedicar-se aos filmes que passam em festivais que só eles conhecem e que, regra geral, não duram mais de 20/25 minutos falados em línguas que ninguém entende (o cérebro cansar-se-ia ao fim de meia hora);
quinto, ser capaz de fazer de tudo com uma perna atrás das costas e um olho fechado (são seres superiores...); ter gosto insaciável pelo estudo - o que os leva frequentemente a estudar aquilo que não devem;
arranjar problemas onde eles não existem e arranjar soluções que também não existem para os ditos problemas;
ter um ar desleixado relativamente a questões de estética;
não possuir um conceito firme de higiene pessoal;
ser capaz de irritar a alma mais calma do Mundo com um simples olhar.

Não é que eu seja calmo nem nada disso..é que, se há coisas que me irritam, estas hipérboles da expressão "pôr os nervos em franja" estão em primeiro lugar!
Parem pá..vocês são jovens e ainda estão a tempo de crescer no mundo real!!!

Esta estava mesmo entalada.. "O" F.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Recordar é viver..ou não

Diz-se na gíria futebolística que "em equipa que ganha não se mexe", ora transportando esta expressão para o mundo televisivo o seu significado ganha outros contornos.
A RTP por ver nos seus registos que as maiores audiências que registou tenham sido à 40 anos atrás resolveu criar esse canal de adoração e culto, que é a RTP Memória.
Alguém lhes explique que a razão de ser serem líderes de audiências na altura era por serem a única estação televisiva existente, não por terem os melhores programas.
Uma coisa é ver um saudoso Benfica – Real Madrid, quando o glorioso ganhou a então, Taça dos Clubes Campeões Europeus, ou o apuramento de 66 para o Campeonato do Mundo da FIFA onde Portugal ficou em terceiro lugar, com o Eusébio a distribuir golos de todas as maneiras e feitios sem qualquer piedade pelo adversário, são coisas bonitas de se ver.
Agora, ver um Famalicão – Tirsense, ver as reposições do Herman a apresentar o Parabéns, documentários que começam com a frase “estes animais vivem actualmente no (…)” quando este “actualmente” tem décadas e as pobres focas Monges das Caraíbas até já se extinguiram, ou ver qualquer outro programa onde os protagonistas já sucumbiram à mais de 20 anos, e outros que nunca ouvi falar ou cujo nome apenas vi em placas de rua, é castigo.


Brevemente em exames, G.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Só uma coisinha

Sei que já passou uma ou duas semanas mas…

Quanto ao estalo que o “amigo” do Moreto levou no aeroporto de um dos seguranças do Benfica…
Vêem pessoas ter comigo e dizem tudo sobre aquilo, falta de respeito, a televisão não deveria mostrar entre outras coisas do género. Eu repico, dando graças a duas frases que um dia um amigo meu declarou no balneário da sua equipa de futebol após terem sofrido um golo no final do jogo, embora com umas alterações…

_Na, na, foi um bom estalo!...
(mas…)
_Mereceu sofrer aquele estalo…

Mais uma tosse áspera e seca do P.I.T: d.C.

E o “obrigado” não foi a tempo…

A isto eu chamo eficiência:

Foi 2ª feira. Já não aguentava mais a comida feita por mim mesmo… Resolvi então ligar para a Pizza Hut, para encomendar uma oportuna e deliciosa pizza… O que se sucedeu foi muito simples como podem comprovar:

Menina: _Pizza hut, boa noite!? (este ponto de exclamação seguido de interrogação e propositado pois fiquei sem perceber se a menina “Soraia” (assim se chamava ela) estava a perguntar-me se a noite estava boa ou simplesmente a desejar-me uma boa noite…)
Zé: _Âââ, boa noite, queria encomendar uma pizza… - e não tive tempo de dizer mais.
Menina: _Sim Sr, portanto estou a falar com o senhor Diogo…
Zé: _Si…
Menina: _Rua Alfredo da Cunha 54 1ºA, Monte da Caparica. Como vai querer a pizza?
Zé: _Era uma média.
Menina: _E quais são os ingredientes?
Zé: _Âââ…
Menina: _Ananás, bacon…
Zé: _Frango e camarões.
Menina: _Com certeza, como oferta tem 3 fatias de pão de alho e duas Coka-Colas, ou por mais 1,5€ tem direito outra média de oferta, como vai querer?
Zé: _Fico com os pães de alho…
Menina: _A sua pizza estará pronta dentro de 20 minutos, deseja troco?
Zé: _Âââ…
Menina: _Leva troco de 20€, obrigado e boa noite.
Zé: _Boa no…

(“Pi, pi, pi”)

Resta-me apenas agradecer ao senhor ou senhora que elaborou a base de dados da Pizza Hut, pois não só regista os nossos nomes e moradas, como adivinha os dois primeiros ingredientes da pizza que vamos querer.
Mas para aproxima vou tramá-los… Vou pensar muito em anchovas pedindo posteriormente mistura de pimentos…

P.s.: Soraia, se leres isto, um próspero ano novo para ti! E manda-me um mail com o teu número de telefone… a tua voz seduziu-me.


Mais uma regurgitação do P.I.T: d.C.

Domingueiros..

Eu pensava que eles não existiam..pensava mesmo que era uma expressão usada por pessoas nervosas no trânsito. Mas não!!
Eles existem mesmo..e ontem comprovei isso com o meu próprio suor (suor devido aos nervos). Ia eu, a minha mãe ao lado, e ainda nem sequer tínhamos saído do bairro já um desses seres vagueava lentamente à minha frente.
Acho que quem os inventou foi calculista que até mete dó! Porque podia tê-los posto a morar todos juntos..mas não!! Só para irritar pessoas como eu, distribuiu um por cada bairro para, quando não tivessem mais nada que fazer, azucrinarem a paciência dos vizinhos.
São criaturas que ainda hoje, ao fim de 30 anos, agradecem a Deus nosso senhor a carta de condução, pois não sabem como a tiraram. Por isso mesmo durante a semana andam de transportes ou ficam em casa a comer sandes de torresmo e a beber minis e também ninguém os vê.
Porém, ao fim de semana, a mulher gorda, sem dois dentes à frente e cabeluda debaixo dos braços e o filho gordo e suado que nem uma lagosta fazem questão de querer sair de casa e certificar-se de que o patilhudo (vocês sabem o género de patilha a que me refiro..) "chefe da família" ainda não perdeu o jeito para a coisa..asneira!!! O percurso até pode ser pequeno mas ele já nem se lembra bem para que servem as mudanças. Então, para não ficar mal visto, evita os excessos.. Anda sempre de primeira a corte e às vezes lá comete uma loucura e passa um semáforo amarelo e tal.. de resto faz de conta que está só a ver a paisagem. Bah!! Morram pá!!

Desculpem a agressividade mas tenho estudado bastante e isto não faz bem a ninguém..

"O" F.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

A Bíblia da verdade...

Moisés deve ter acordado naquela fatídica manhã com ar de quem sabia que ia ficar para a História..enfim..parece que conseguiu. Pelo menos isso é o que pensa quem lê a Bíblia na diagonal ou quem nem sequer se dá ao trabalho de a ler. Quem consegue extrair das suas empoeiradas páginas todos os artifícios linguísticos que os seus escritos contêm, como é o nosso caso, facilmente compreende quão assustadoramente desesperante foi o dia da vida de Moisés que passamos a relatar.
Queremos, antes de começar, referir que não temos bem presente a cronologia com que a História bíblica correu as bocas do Mundo..estejam, contudo, seguros de que aquilo que vamos partilhar convosco é, apenas e só, a verdade.
Moisés acordou de manhã, tomou um grande pequeno-almoço refastelado no seu divã de sala, esperou que acabasse o programa do Goucha e galgou os metros que separavam a sua casa do centro de dia de Moscavide. Angariou um grupo de idosos (os mais vigorosos e afoitos) e carregou com eles em direcção ao Rio Tejo..até aqui tudo muito bem.
Se pensam que é mentira a parte de ele ter separado as águas do dito rio..enganam-se!! Conseguiu mesmo. O problema foi a mania que ele tinha de usar a característica “sandália à Jesus Cristo” que não é mais do que um “naco” de couro com um atilho para enfiar o dedo. Ora sucede que durante o percurso (já com as águas abertas..mas sem exército Romano..esse sempre foi fictício), o dito “chanato” entrelaça-se numa estrela do mar, o atilho rebenta, o dedo grande do pé de Moisés encarquilha-se num coral, encrava uma unha, Moisés tomba do alto dos seus 95 quilos de peso apoiado no seu pau de marmeleiro mágico que num instante se verga e parte…
PIMBA!!
Lá se foi o feitiço… O Tejo volta ao seu estado normal levando consigo cerca de 42 idosos e uma auxiliar do centro de dia rumo ao Atlântico. Moisés foi o único que se safou porque se agarrou a umas tábuas de veleiro afundado que por ali boiavam (às quais mais tarde se deu o nome de 10 mandamentos..vá lá saber-se porquê).
Após a derrocada daquela imensa massa de água sobre o pobre Moisés, este agarrado à tábua vem por aí acima a deslizar - parecia mais um choco a dar à tona - rasteja para fora do Tejo e dá com os fariseus a adorar um cabritinho de lindos canudos encaracolados de oiro. Ele mete os olhos naquela imagem, gera-se nele uma revolta, uma ira insana, cria-se ali um emaranhado de discussões, ele explica por A mais B que eles deviam estar era a rezar a Deus e não a adorar um mero cabritinho, mas os ditos oradores fizeram "mute"(é o mesmo que estar a falar para a parede!).
No meio disto aparece o David que andava numa reviravolta atrás de Golias..David pega num bruto paralelo da calçada, vem a galgar aquelas ruelas da baixa Lisboeta com ele em punho, mas esqueceu-se que sofria de cataratas, tinha ainda 2 dioptrias em cada olho, astigmatismo, não tinha uma focagem 100%, vai naquela praceta atrás de Golias com o paralelo em punho, eis que tropeça num grão de areia torcendo o seu calcanhar, acabando por se desamparar perdendo, então, o equilíbrio.. TARUZ!! Vai acertar com o paralelo na nuca de Moisés provocando ali um 31 do caraças..o pobre idoso fica desnorteado sem saber para onde se virar. Começa para ali a entoar: “David, meu pecador!! Ai, que a praga dos gafanhotos te cai em cima do lombo!! Que sejas fustigado por uma imensidão de insectos carnívoros!!”. Pois o dia não podia acabar em grande não é verdade? Por um cálculo errado de vocabulário virou-se o feitiço contra o feiticeiro..a praga vai toda para cima de Moisés que, branco que nem cale, começa a fugir numa correria 24 de Julho abaixo. Quando tudo indicava que ia conseguir abrigar-se, eis que o resto de pau de marmeleiro acaba enrolado pelo meio das pernas, vai desamparado ao chão, vê aquela panóplia de gafanhotos a abater-se sobre ele, já respirava gafanhotos, comia gafanhotos, até que subitamente dá um rodopio ao pau de marmeleiro, afasta aquela praga de cima dele, levanta-se, ajeita e tira todas a perninhas de gafanhoto e de pó de cima do seu lençol e, esmorecido por causa do seu dia, volta para casa para meter os pés de molho, ver o Preço Certo e descansar…
Afinal, episódios bíblicos são lucrativos..mas dão uma maçada que é obra!!

Trabalho de pesquisa e reconstituição realizado a meias por “O” F. e o nosso fofinho colaborador M.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Lógica da batata?!

O que se passou há cerca de alguns minutos ainda nem sequer me permitiu parar de rir..vamos lá ver se consigo escrever.
Estava eu a conversar com a minha mãe, tentando com muita intensidade explicar-lhe uma coisa, e ela responde-me o seguinte: "Bah!! Isso é uma bela lógica da batata!!".
Ao princípio parecia mais uma daquelas coisas que se dizem sem pensar mas só depois percebi o quanto essa expressão tem de profundo. A lógica da batata existe, de facto. Senão vejamos..
Qual é o alimento que vale, não só pelo facto de poder acompanhar tudo (e com isto digo carne, peixe, outros legumes), mas também pelo facto de se comer sem acompanhamento nenhum?
Qual é o alimento que se come frito, cozido, a murro, assado, seco, com molho ou em puré?..respondo eu: precisamente, a batata!!
Nabo, couve, alface, tomate, etc. são legumes..quiçá hortaliças. A batata é isso e muito mais que simplesmente isso. A batata foi elevada a tubérculo!!
Estou farto de ouvir falar em "fécula de batata" para aqui, "fécula de batata" para ali, mas nunca na minha vida ouvi falar em fécula de mais nada..
Quando há cenas de violência gratuita temos duas formas de as descrever: se a violência foi passageira e fez poucos estragos diz-se que "eles andaram à pêra!"; contudo, quando o espancamento envolve sangue, dentições desfalcadas, ossos partidos, gemidos lancinantes de dor, diz-se que "eles andaram à batatada!"..
As enxaquecas são algo que preocupa o ser humano há séculos e só a batata tem conseguido aliviá-las, fazendo por nós aquilo que os químicos nunca conseguiram..
E depois de tudo isto sinto remorsos por tratar a batata como sempre tratei..quer dizer..ela tem feito tudo isto e muito mais por nós..e o que é que recebe em troca?? Se por um lado nos servimos dela, como a minha mãe fez há minutos, para justificar aquilo que não entendemos, por outro lado pegamos nela e metemo-la ao lado de um bacalhau ou dentro de uma caldeirada..
Peço-vos encarecidamente: daqui em diante..quando virem uma a olhar para vocês num prato de restaurante ou numa caixa de madeira no mercado..não tenham o mínimo problema em acariciá-la. Ela merece mesmo!!

Grato pelo tempo que me dedicam sempre com gosto, "O" F.

domingo, janeiro 01, 2006

Fim de ano atribulado..

Haverá melhor maneira de vos desejar a todos um ano de 2006 em grande do que contar-vos como passámos nós o nosso? Creio que não e, por isso mesmo, apesar de ter chegado a casa há escassos minutos, não resisto a uma retrospectiva destes últimos dias. A partida foi calma mas foi mesmo durante o caminho que nos apercebemos que algo nas nossas vidas ia mudar..isto porque descobrimos que o Alentejo esconde localidades com nomes estranhíssimos..autênticos oásis de mediocridade, isolamento e ostracismo que me trazem um arrepio à espinha só de pensar como será morar por lá! "Maria Vinagre", "Azia" (no seguimento das coisas faz todo o sentido), "Baiona" (traz-me logo à mente imensos trocadilhos que por simples pudor não me atrevo a partilhar convosco), "Sabóia", "Malavado" (se quem lá mora se incomoda tanto com a higiene do dito local porque se orgulham do nome??) e "Cabeça da Cabra" (!!!) são alguns dos nomes que eu não podia deixar passar impunes.
Chegados ao local, nada de surpreendente..o ambiente que todos nós queremos: ausência de responsabilidades; ausência de horas; deixamo-nos apenas comandar pelo relógio biológico. Jogar às cartas..alcool..tocar guitarra..alcool..comer..alcool..sair para a noite..alcool..dormir..alcool...
Vi garrafas que insistiam em voar pela janela do nosso 5º andar, vi chuveiros desmantelados, e na hora de vir embora não vi a minha camisola branca (ficou por lá..). Vi amigos serem expulsos de bares, vi grandes engates, vi-me a beber à borla e vi muito mais coisas, algumas das quais me deram a volta à barriga..descobri que as gaivotas em terra nem sempre são prenúncio de tempestade no mar. Às vezes elas estão mesmo à pesca do safio...
Quanto à meia noite em si..contado ninguém acredita..foi passada em cima do telhado (14º andar) do hotel a esvaziar os extintores que fomos encontrando (à falta de champagne há que improvisar..). Conseguimos fazer disparar o alarme de incêndio do hotel e pôr na rua toda a gente com medo de um 11 de Setembro à moda de "31 de Dezembro Algarvio", conhecemos pilotos e administradores do "Lisboa-Dakar", falámos cerca de 24 línguas diferentes e disparámos em direcção aos bares..o resto da noite foi o que se espera e acabámos, como sempre, a dormir.
Hoje sim..foi o dia de todas as aventuras. Check-out feito e estômago forradinho de "big mac's" fizemo-nos à estrada mas não resistimos a parar trêz vezes..entre praias e tascas no meio do nada valeu tudo. A companhia proporcionou-nos grandes momentos de loucura..autênticas paralisias do lado esquerdo do cérebro ao volante desse que, se já era um granda maluco, depois disto ficou um maluco enorme.. Para usar nomes hipotéticos e nada suspeitos..falemos no nosso amigo como "o Bruno". Quando tudo parecia indicar que estava na hora de chegar a casa e poder tomar aquele banho... O Bruno faz das suas: consegue "atascar" o seu bólide no meio de uma seara de trigo recém-plantada e foram mais 45 minutos de aventura a tentar tirá-lo de lá. Foi ver o fiel amigo descalço, de meias, de ténis no meio da lama a bater-se cara a cara com o que parecia inevitável..um telefonema para um reboque. Clap! Clap! Clap! Ele conseguiu..muito sujo..mas conseguiu. Em resumo, valeu a pena!! Haverá, decerto muito mais para contar, mas, tendo em conta que vocês não se interessam nada por pormenores, guardo o resto para mim e para quem o viveu comigo.

Antes de me despedir e a pedido de muitos de vocês, aqui vai outra história que marcou a noite de passagem: um caro amigo nosso, a quem, por razões de anonimato chamarei "Kama", lembrou-se de descer as húmidas escadas de incêndio preso apenas por uma mão. O resultado não poderia ser outro..desmembrou-se todo, anda de braço ao peito, mas feliz..ao menos conseguiu salvar a caneca da bebida!!

Ahhhh...é verdade.. descobri que, se o odor for o correcto, é bem possível atrair gaivotas para o meio do campo!!

Cansado, morto e ressuscitado.. "O" F.