domingo, fevereiro 26, 2006

Arghhhh!

Há coisas incompatíveis com a minha sanidade psíquica. A cegueira voluntária é uma delas... Quem não vê porque não pode merece o meu respeito. Quem não vê porque não quer...não merece nada!

"O" F.

Manda vir o Carnaval!

Sem darmos por ele, o Carnaval apodera-se destas bandas. O primeiro contacto ocorreu em Porto Côvo, apresentando-se com hippies, enfermeiras, bailarinas, entre outros…
Na chegada à “terra mãe” e após a entrada no local de eleição para o final de noite (padaria), surgem 6 pessoas (3 casais) mascarados daquilo a que chamamos “montanheiros”. Os seus trajes eram ímpares, chamando um deles (neste caso uma) especial atenção. O disfarce da dita senhora estava tão bem concebido que parecia mesmo real. Nem mesmo com uma observação minuciosa alguém chegaria a encontrar uma falha, quer dizer, por acaso até encontraria, não uma, mas várias falhas, pois a máscara encontrava-se na cavidade bocal e era constituído por apenas quatro dentes na região superior e poucos mais na zona inferior(dados obtidos por um elemento que efectuou a devida contagem).
Após a risada derivada de duas ou três observações por parte de um de nós, entra aquele que, caso houvesse uma eleição para a melhor máscara, seria sim, o principal candidato ao 1º lugar.
Durante o seu desfile ostentava um disfarce muito acreditável, num tom de anos oitenta, com uma carapinha a necessitar de poda devido, não só, ao tamanho mas também às irregularidades dos seus contornos. A indumentária reflectia uma paragem no tempo, o regresso às origens, supusemos nós, devido à cor gasta das calças camufladas, ou seja, da tropa, bem emporcalhadas como qualquer soldado que tenha acabado de sair da prova de duas semanas no mato. Pontos extra para o senhor, era notório que a máscara fora trabalhada dias a fio.
Aguardo, agora, impacientemente, pelos derradeiros dias de Carnaval para ver o que mais pessoas têm reservado…


“Sempre” convosco: d.C.*, com uma humilde cooperação de G.

P.S. Se aquilo eram mesmo máscaras, onde estavam os elásticos?!?

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Laranjas e meninos de rua

Imaginemos uma laranja bem gostosa, sumarenta, firme mas suave ao tacto, uma silhueta agradável à vista que delicia todo e qualquer um que cruze o olhar com este atraente fruto.
Continuando num plano fantasioso, imaginemos, também, um menino de rua, que não come à dias, e, logicamente, é dono de uma fome animalesca, quando de repente, algo apetitoso, algo como a nossa laranja se apresenta na sua frente. O rapazinho, enquanto se vai babando, vai comendo a laranja, enquanto o seu líquido escorre pelas beiças (isto não é uma fantasia porn, descansem), esgotando cada pingo daquele suco mas, como toda a gente sabe, uma laranja não mata uma fome desta magnitude, então o menino, não satisfeito, começa a comer a casca da laranja até acabar com ela.
Na verdade, a laranja é o que de bom se faz em Portugal e o menino de rua são alguns idiotas de Portugal.
Portugal tem este problema, quando aparece algo de bom ou fofo que o público goste, espreme a ideia até não dar mais e no fim ainda lhe come a casca.
Não é por explorarem um produto ao máximo que o rentabilizam, pelo menos não desta maneira, experimentem comer só laranjas durante três meses.
Exacto, enjoa.
Tal como o menino, não satisfeitos, insistem em dar várias repetições e, até, criar canais para o efeito.
O Levanta-te e Ri era engraçado, tinha bons comediantes, então resolveram colocar em palco qualquer idiota que soubesse três anedotas e uma adivinha para prolongar o programa, hoje em dia é o que é.
Os Gato Fedorento, que aprecio bastante, um fenómeno de comicidade, deram "vida" a uma frase que se tornou célebre entre os portugueses, como tal, os tais idiotas resolveram abusar dela, foi usada em tudo, anúncios de televisão, rádio, cartazes, até se tornar insuportável.
Big Brothers só falta fazer com animais selvagens, mas não quero dar ideias.
- “Já falaste com o teu banco? Não, falei com o teu”. Outra que foi usada e abusada nos mais diversos cenários, andei três meses em tratamento porque cada vez que ouvia aquilo começava a correr aos gritos e depois desmaiava.
Um dia estava no banho, a televisão do quarto estava um bocadinho alta, foi o suficiente, desatei a correr para a rua e depois...foi triste.
E o mesmo se sucedeu com quase tudo o que teve um sucesso significativo.
Por isso, hoje e agora, vaticino o mesmo destino para o puto dos Porquês.
Foi divertido, vá, foi catita as três primeiras vezes, agora à décima sétima num espaço de dois dias, é esgotante.
Já comecei a ver no MSN, nicks com “já comeste fruta hoje? Não. Porquê?” e um lol à frente como se fossem buéde fixes e tivessem a fazer um grande favor a lembrar a merda do puto a dizer para comer fruta.
Quero que o puto se F***, como fruta se quiser se não quiser não como!!

De férias amanhã por volta das 6h, G.

P.S. Desculpem o tom mais agressivo já no final, mas estou um pouco tenso com o exame de amanhã e a merda do anúncio tinha começado a dar.

P.S. 2 Caso esta prenunciação não se concretize este post nunca existiu e vocês nunca o leram.




terça-feira, fevereiro 21, 2006

"O" post!!

Hoje apetece-me escrever algo muito grande. Algo enorme, gigantesco, colossal. Algo que até os mais resistentes hesitem em ler. E como os posts não se medem em metros vou tentar escrever tanta coisa que vocês vão rezar para que isto acabe. Para que o meu chicote em forma de post pare de vos flagelar as costas em forma de neurónios. Para que as minhas palavras, mesmo inconsequentes, parem de vos urinar em cima dos olhos. Perdoem-me o estado aparentemente colérico..é que enquanto escrevo chove a cântaros lá fora. Ou melhor, não chove nada..mas tem chovido bastante nos últimos dias. Tanto que no caminho para a faculdade o meu automóvel teima em transformar-se em Arca de Noé. Isto, tendo em conta o risco de contaminação pelo H5N1, é um perigo, como compreenderão. E depois molho os livros todos. Uma maçada!
Para juntar a isto, tenho algumas aves que me sobrevoam o quintal e que permanentemente planeiam ataques às migalhas que salpicam o chão e que, ironicamente, não são lá colocadas por mim, mas pelo meu vizinho que é padeiro e portanto pratica uns horários incompatíveis com a minha saúde mental. Porque enquanto durmo ele abre e fecha gavetas, liga e desliga máquinas. E porque durante o dia, que era a minha oportunidade de me vingar com música de furar os tímpanos, estou na faculdade e não posso fazê-lo sofrer. Mas voltando aos pássaros estou preocupadíssimo.
Não deve mesmo haver cura pra isso. Pelo menos ainda não vi nenhum indiano a vender a cura em forma de garrafinha em nenhum semáforo. E olhem que passo por bastantes no meu percurso diário. Um dia destes conto-os.
Agora lembrei-me que para o jantar fiz uma simpática e amarela omelette (lembrei-me também que tenho quilos de roupa para estender) que deriva do ovo e que, por sua vez, deriva da galinha que, por sua vez, pertence a esse grupo de mini-bombas voadoras de gripe aviária. Vou, portanto, falecer dentro de dias, mas levarei comigo a recordação de um peixe que olhava, tristonho, para mim da última vez que fui à pesca enquanto tentava tirar-lhe o anzol da boca. Pobres bixos e que sacanas que nós somos!
Prometo não pescar mais..pelo menos com aqueles anzóis.
Afinal não vou morrer da gripe das aves. Vou esperar e ver o Mundo morrer comigo. Nevou em Lisboa. Acho que isso diz tudo. O fim está próximo. Aliás, está tão próximo que temo nem conseguir publicar este post. Mas Deus vai ser generoso e dar-me cinco minutos. O que é de estranhar sendo que ele sabe que eu sou ateu. Sabe porque segundo me disseram Ele sabe tudo. Não é que eu ande por aí a contar isto a toda a gente. Eu, que até ia à Igreja quando era pequeno, cresço para, tendo tanta coisa para me atazanar a cabeça, me lembrar de questionar uma coisa que desde pequeno me foi dada como verdade indiscutível.
Não sei onde isto vai dar..mas não prescindo dos cinco minutos.
Vou aproveitá-los para fazer tudo aquilo que sempre quis e até hoje não tinha conseguido. Não vou plantar nenhuma árvore, nem escrever nenhum livro, nem ter nenhum filho. Vou, isso sim procurar todos aqueles que me olham de lado e bater-lhes com uma estaca de pinho do tamanho de um braço. Na nuca, onde normalmente é fatal.
Depois, visto a minha roupa mais engomada, aperto o colarinho, penteio-me, canto o hino, carrego uma 9 milímetros com duas balas e deixo-a carregada em cima da mesa da cozinha. Começo a correr em direcção ao fim do arco-íris porque parece ser perto e porque um pote de moedas de ouro dá sempre jeito. Se vier um gnomo verde agarrado a ele..amarro-o e meto-o numa panela com água a ferver a dançar a valsa com uma lagosta. Para que, quando esta era Glacial que se aproxima acabar, quem encontrar a minha casa não perceba nada. Eu não sou simples, não me pretendo básico.
Hei-de ter valor e há-de escrever-se a ouro na porta de minha casa: "aqui viveu alguém que não sabemos quem foi mas que capturou o duende mais procurado de toda a Irlanda".
E isto não vai ter sentido nenhum porque nessa altura já o duende estará morto, já não será procurado por ninguém e a Irlanda será só um punado de areia e xisto. Enfim, podem deixar ficar o ouro. É agradável à vista.
Acabei, não vou ler o post, vou publicá-lo tal e qual como está, com ou sem erros, não vou conferir se de facto é o maior do blog e não me vou despedir de ninguém. Quando o Mundo der de si não vai cá ficar ninguém para contar esta história. Leiam enquanto é tempo e depois façam as malas. O Verão aproxima-se a galope num cavalo branco.

"O" F.

É de evitar - Parte I

Acabei de chegar a casa, tive exame à pouco mais de uma hora, estou com sono, estou tenso, dói-me a cabeça e ver as coisas que vejo não ajudam.
E porquê? – pergunta o leitor na sua ingenuidade quase angelical – foi o exame que correu mal, foi?
Não, o exame até correu bem, obrigado por perguntar.
O que se passa é que existem pequenas coisinhas que me afligem sabem, incomodam e consequentemente me indispõem, talvez daí a dor de cabeça.
Quero só expor alguns pontos que para mim e para o comum humano, quero eu acreditar, é senso comum e, como tal, não seria necessário estar a ter esta conversa.
A calça à boca de sino.
Inocente num primeiro olhar, sinistra quando aliada ao sapato de vela. Esta mescla é um dos maiores castigos humanísticos apenas precedido pela Paula Bobone, pelo Castelo Branco e pela iminente convocatória de Ricardo para o Mundial. Uma das regras de etiqueta diz claramente para não misturar os dois, fere a vista e faz dói-dói cá dentro, logo, é de evitar.
Não fosse já suficiente, existem, ainda, homens, ou pelo menos, pessoas do género masculino, que persistem, em querer conciliar estes dois componentes incompatíveis.
Eu sugiro que resolvam primeiro as vossas questões de orientação sexual, e aí sim, respeitarei qualquer que seja o veredicto, agora bambolear na fronteira da convicção e do ridículo, isso não.

Quando fizeres alguma coisa que seja bem feita e não é o que eu vejo.
Vejo mulheres, meninas, moças, com permanentes, com madeixas, com highlights com o cabelo das mais diversas cores, por vezes até misturadas, mas está bem feito, não que esteja bonito, gostos são gostos e isso não se discute, mas não há ali erros nem desvios, o objectivo era o cabelo e assim foi.
Agora, quando eu vejo indivíduos já crescidos que tiveram a mesma ideia “ui que bom, vou colorir o cabelo”, e além do cabelo, tingem o escalpe, o pescoço e contornos da testa, quer dizer, até onde vai esta loucura, quais os limites, não existirão Mandamentos para controlar estas merdas?

- Não usarás tintas da mamã em qualquer circunstância
- Não pintarás mais que cabelo
- Não cobiçarás a cor do cabelo do próximo

Não quero que os petizes fiquem tristes de não poderem pintar o cabelo com as tintas da mamã, nada disso, só quero que, mais uma vez, saibam que existe a tal fronteira entre seja o que for e o ridículo.

Por fim, e para terminar, pessoas com verrugas no nariz, testa ou queixo.
Não me apupem já, leiam-me primeiro.
Não é meu intuito que essas pessoas sejam discriminadas, ou que não saiam de casa ou que devamos zombar da sua infelicidade epitelial, isso seria egoísta da minha parte.
Como tal, sugiro que uma mão lave a outra, eu deixo de ser egoísta se fizerem algo por mim também.
O meu problema com essas pessoas não é a verruga em si, mas sim, o pêlo característico e muito próprio do portador duma bela verruga com dimensões suficientes para ser avistada a mais de vinte metros.
Porquê atormentar desta maneira?
O que é que custa arrancar o pelinho com uma pinça, garanto que não são mais que cinco segundos, claro que pode variar mediante a quantidade de pelugem, ainda assim é compensador.
A meu ver, acho que as pessoas lesadas com a verruga pensam “ah já tenho uma verruga, pior não posso ficar”, e conformam-se.
É mentira, com o pêlo podem ficar.
Eu tenho uma avó e a minha avó tem amigas que têm para cima de duzentos anos e bem sei o quão difícil é almoçar com o pelinho a provocar-me do outro lado da mesa, a arreliar-me como que se dissesse “um dia pequenote, um dia estarei nessa testa linda”, por isso, por favor, removam o pêlo.


A vacilar de tanto de tanto sono, G.

O nosso obrigado!

Os elogios são aquele banhinho de água fresca pelo qual salivamos num dia quente de Verão. Quando fazemos algo que gostamos é um orgulho imenso saber que isso também agrada aos outros. As críticas, sendo construtivas, também fazem falta, e são aceites de forma humilde.
Tudo isto para agradecer a todas as pessoas que, de alguma forma, têm participado nesta ideia, seja elogiando, seja criticando construtivamente, seja sugerindo ideias.
Este blog existe porque um dia achámos que deveria acontecer mas só continuará a fazer sentido enquanto o gozo que vos proporcionar a sua leitura for correspondente àquele que nós Os 4 temos ao preenchê-lo.
Por isso e por mais qualquer coisa que vos apeteça, a todos os que têm estado connosco, o nosso obrigado.

Profunda, alegre e infinitamente emocionado, "O" F.

domingo, fevereiro 19, 2006

Onde isto chegou...

Com o aumento da crise, aumenta o desespero, aumenta a crença em deus (e no milagre de fazer aparecer dinheiro do nada) e por isso, “todos” acreditam que a sua rede de telemóveis abre os seus cofres e começa a dar 10 ou 15 euros a cada pessoa depois de ter enviado 15 ou 20 mensagens aos seus amigos a dizer qualquer merda do tipo: “A Vodafone está em promoção! Envia já esta mensagem a 15 amigos teus e recebes de imediato 15€!”. (…)ACE! NÃO VÊEM QUE ISSO E MENTIRA? Dificilmente passa um dia sem receber uma porcaria duma dessas mensagem… Começa a ser praga! Antes era no Hotmail, a dizer que iam fechar e que tinham que enviar aquele mail a todas as pessoas que constassem na sua lista de contactos… agora esta… parem por favor! Tino nessas cabeças…
Depois, há aquelas da amizade e “o que você pensa de mim”. Épa, se querem conversar com alguém ou ter um pouco de atenção convidem os vossos amigos e vão tomar um café ou dar uma volta por ai… agora massacrá-los para escreverem coisas bonitas sobre “vocês”… Quase que é obrigação, pois “se essa pessoa o receber de volta é porque você gosta realmente dela!”
Onde isto chegou…

Propz, d.C.

Noitadas vs Aulas de condução

Noite passada entre amigos como em muitas outras noites, entre amena cavaqueira, uma imperial paga outra e a noite foi passando sem que desse conta e, sem que se desse conta também, ia o sangue ficando em minoria frente ao álcool que discretamente se ia instalando no corpo.
Senti as primeiras flutuações, a leveza, a alegria, os músculos da boca que contraiam e congelavam revelando um sorriso que teimava em não desaparecer, o pensamento, esse, mandava a boca falar acerca de tudo e, assim, se passou uma noite agradável.
9.25 da manhã. Levanto-me. Sinto a boca selada e o corpo em gritos silenciosos a pedir-me água, faço-lhe a vontade. O caminho para a casa de banho revela-se tortuoso e confuso, cabeça ainda às voltas penso para mim – mas o que é isto? Bêbado, ainda? - as tonturas insistiam em querer fazer-me cair, não cedi, mas sentia que o barco podia virar a qualquer momento, lavo os dentes e peço à minha mãe se me pode levar, pergunto eu da porta do quarto, sem respirar muito.
Lavo os dentes de novo.
Volto ao quarto, visto-me, lentamente, para não cansar a cabeça, que ainda dormia, enquanto o corpo, esse, era corrompido por sensações de azia e mal-estar, recordo-me de pensar que deveria ser ilegal ir conduzir naquelas condições.
Estava pronto para sair, o mal estar tendia em não desaparecer, bebi mais um copo de água e peguei em seis rebuçados de mentol, nunca se sabe.
Saio para a rua e respiro fundo, o ar molhado da chuva da noite anterior acabava de me comprar mais uns minutos sem me saltar a tampa, enquanto me humedecia a cara, sentia-me bem.

- Bom dia, que olhinhos que temos hoje(risos), vamos? – e passam-me a chave para a mão.

Com a mão a tremer lá inseri a chave na ranhura e arranquei, enquanto abria o vidro para deixar entrar aquela brisa gostosa que tanto bem me fez a sair de casa.
Parámos para tomar o pequeno almoço, sentia-me melhor embora persistisse aquela sensação no estômago.
Pego no jornal, começo a ler e a certa altura, por ingenuidade, inclino, ligeiramente, a cabeça, mas que erro, que parvoíce, começo a sentir a cabeça pesada como se que todas as letras tivessem escorregado para a frente da cabeça, invadem-me sensações de tontura, a cara esfriou de repente, deve ter ficado branca, o mar agitava-se, o barco ia virar, só pensava “aqui não, por favor”, enquanto que o redor rodopiava à minha volta, pego em dois rebuçados e, discretamente, com o telemóvel na mão como se de um telefonema se tratasse dirigi-me para a rua, e respirei fundo, muito fundo.
Senti o corpo a normalizar, o que me cercava começava a parar e a voltar ao sítio e, até ir embora, era possível empilhar pratos na minha cabeça, sem que esses caíssem de tão direita que estava.
Não volto a repetir a gracinha, tive sorte, um dia mais solarengo e garanto que o texto era outro. Já de regresso, o retorno a casa foi calmo, sem agitações e claro..de janela aberta.

Queria, em tom de remate, deixar a minha simpatia ao meu guru/doutor/amigo que me acompanhou na noite em questão e que por incapacidade de navegação partiu o leme e virou o barco, eram 10.00 da manhã, quando se deu o sucedido. Felicidades ao Chefe.


A dois exames do fim, G.

sábado, fevereiro 18, 2006

Simplesmente...porquê?

O que é que nós queremos mesmo dizer quando dizemos que gostamos de alguém?
Será que gostamos mesmo da pessoa em causa ou será que simplesmente nos revemos naquilo que essa pessoa faz quando está connosco e na maneira como ela se comporta com os outros? Enfim..se gostamos mesmo da pessoa porque é que tantas relações acabam só porque, de repente, certas atitudes mudam? Até aqui estaria tudo certo..concluía que afinal nos revemos simplesmente na maneira de ser da pessoa de quem "gostamos", juntava isso a alguma atracção física e teria a relação perfeita.
Mas se é assim..porque é que tantas vezes temos à nossa frente pessoas que gostam imenso de nós (seja o que for que isso signifique) e que fazem de tudo para nos mostrarem isso e no fim...ironia do destino..mesmo tendo noção que essa pessoa mereceria tudo de nós, acabamos por ver nem sei bem o quê noutra pessoa qualquer, com a qual muitas vezes nos identificamos muito pouco e por quem não temos atracção física nenhuma?
Afinal, tantas vezes estamos perante a pessoa que nós temos a certeza que pode ser a pessoa ideal mas por uma ou outra atitude que gostávamos que fosse diferente, passamos o resto da vida a pensar que se isto ou aquilo mudasse iríamos querer ficar com essa pessoa para sempre. Mas não será isso querer que alguém, porque simplesmente nos atrai, seja aquilo que não é?
Ou seja, será que não criamos estereotipos de pessoa ideal e depois queremos sempre que toda a gente se enquadre nele, porque sabemos que nunca vamos encontrar a pessoa certa?
Por fim, começo a achar que não podemos mesmo fazer nada a esse respeito. Que tantas vezes o sentimento pode ser recíproco e infinitamente genuíno e mesmo assim não servir para nada simplesmente porque essas duas pessoas não foram feitas para ficar juntas. E que quer isto dizer? Que nós, seres humanos que tudo podemos, não conseguimos gerir aquilo que de mais íntimo temos..os sentimentos. Faz-me pensar que se calhar o destino existe. Pelo menos, e por mais que a ideia me repugne, é aquilo que a vida me tem ensinado.
Antes de agradecer àqueles que partilharam esta conversa comigo, queria desculpar-me pela seriedade..mas por vezes também ela faz falta.
Agora sim, obrigado colegas..vocês sabem quem são.

"O" F.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Esperar

Existem coisas que me irritam, umas muito, outras nem tanto e outras que simplesmente não me fazem diferença, suponho que essas não me irritem.
Uma delas é o Esperar, Esperar estafa tanto que faz doer os músculos que querem mexer e não podem, porque, regra geral, inerente ao Esperar está o “esperar de pé”.
Esperar surge nos momentos mais inoportunos, e tinha que ser porque se assim não fosse não incomodava como o Esperar pretende.
O Esperar é metódico e imbecil, ele sabe disso e sabe que as pessoas sabem.
O seu timing é sempre inconveniente e, como tal, inútil já que surge sempre nos momentos ou de maior pressa ou maior conveniência.
Eu não gosto do Esperar.
Não gosto!
O caso em questão tem um âmbito muito particular que diz respeito a feriados ou datas que impliquem pressões políticas, sociais e comerciais, tais como, o Dias dos Namorados e Natal.
O típico português deixa para a última da hora quaisquer compras que tenha de fazer, entenda-se última hora, literalmente, do género são agora onze horas fechamos à meia-noite, o que faz desta situação um banquete para alguém como o Esperar.
Era véspera de dia de S. Valentim, fui procurar algo para oferecer como é característico desta data, não porque fosse o típico português, apenas porque não tinha havido disponibilidade nos dias anteriores.
Se é para oferecer faz todo o sentido que a pessoa a oferecer goste, logo aí surge uma pressão que, conjuntamente, com a minha falta de tacto para prendas, se torne um facto preocupante, não esquecendo a longa fila que se fazia ver nas lojas especializadas para o efeito aliada à hora de encerramento do estabelecimento.
Foram uns quarenta e cinco minutos, em pé, fantásticos que recordarei com o maior dos carinhos.
Chega dia catorze, tudo corria bem e passado um dia agradável resolvemos ir jantar fora mas surpresa das surpresas(ler em tom irónico), tudo estava cheio a abarrotar com filas e filas a acercar cada restaurante.
Foram trinta quarenta minutos muito porreiros também, esperados em pé.
Era desnecessário o Esperar fazer uma cena daquelas, ainda para mais num dia destes, corta o momento e, mais uma vez, era desnecessário.
Proponho, então, que dividam estas datas em três dias consecutivos, sendo estes vistos como apenas um e não como um(a) feriado/data tripartido(a), para evitar estas contrariedades e aborrecimentos.
Passariam a constituir-se da seguinte forma:

Dia dos Namorados – 13, 14 e 15 de Fevereiro
Natal – 24, 25 e 26 de Dezembro

Estas medidas podem ser aplicadas a qualquer feriado ou data relevante que não facilite a sua celebração.
Entretanto e no final, tudo correu como devia, muito em parte devido à companhia que não podia ter sido melhor.


Em recta final de exames, G.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Carcaça a pedir reforma

Tenho um professor, descobri hoje, com cerca de 180 anos. O senhor chegou atrasado, no expoente máximo da performance que os seus flácidos músculos permitiam e fazia-se acompanhar de um "mini-ele". Digamos que é um projecto de clone seu, com ar aparvalhado, pseudo-intelectual e óculos.
Este fazia-se acompanhar de uma malinha de pele de camelo e lá dentro, ao contrário do que poderíamos supor, não vinham livros...vinha, isso sim, um desfibrilhador.
Isto porque o velhote tem pausas durante as quais começa a babar em fio e o seu ritmo cardíaco fica a 0,5%..nisto falece durante alguns minutos e o microfone fica tombado no chão a fazer feedback. Aqui entra o assistente. Dá-lhe dois choques , reanima-o e a aula prossegue. Uma aflição!!!

Enfim..tudo mentira, mas que o senhor é velho que se farta, lá isso é!!

"O" F.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Rbéu..béu!! Pardais ao ninho..

Sexta-feira pacata. A noite preparava-se para acabar como o dia tinha começado..sem problemas. Estágio na padaria antes do regresso ao lar. Eis que um velho conhecido (daqueles que todos nós cumprimentamos nem que seja só porque o conhecemos de vista) sai do carro e começa a crescer para um de nós. Optarei por lhe chamar "pardal" porque o seu comportamento manifestava grandes vestígios da vertente humana da gripe das aves.
Com o cérebro absolutamente cozido, mostrava-se resistente ao diálogo.. e reagia a todos os estímulos. Divertidos com a figura que tínhamos à frente fomos lidando bem com a situação..todos nós..menos um: o já conhecido "Kama".
Ele que, de nós, aparentava ser o mais tranquilo de todos, revolta-se, pega no pardal e faz dele uma boneca de trapos. Anda com o rapaz pelo ar, no meio de alguns gritos..2 minutos de puro êxtase.
Enfim, passou. O pardal foi libertado, mas quando tudo fazia prever que nos ia deixar em paz o rapaz não dá o braço a torcer e fica a falar sozinho mais 5 minutos. Cansou-se..meteu-se no carro e nunca mais o vimos.
Para o dia seguinte, quando acordasse e o sangue tivesse tomado conta do álcool, levou como recordação um vergão na testa.
No dia seguinte todos nós ríamos desta história no café e eis que me ocorreu que merecia um post.
Para que vejam que, mesmo na noite mais calma e no sítio mais pacato..coisas estranhas se passam.

Sempre vosso, "O" F.

domingo, fevereiro 12, 2006

Loucura no asfalto!!!

Venho apenas relatar os 15 minutos loucos que passei há cerca de 2 horas. Caminho para Lisboa, com dois parceiros de blog. Tudo calmo. Quando um deles resolve por o portatil à minha frente com o filme do Tomás Taveira.. No meio de tanto riso não sei como consegui ir-me desviando das luzes dos outros carros (sim, era eu que vinha a guiar). No fim.. confesso,

Tomás Taveira é um grande maluco!!!

"O" F.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Numa “selva”…

Todos são pequenos. Uns um pouco mais, outros um pouco menos…
Mas não. Há sempre aqueles que querem ser maiores que os outros, bem maiores, maiores a ponto astronómico. Esquecem-se de tudo para o poder ser…
Incham loucamente e depois desincham para terem vergonha de serem o que são. São pequenos como todos, por dentro. Até mais…e eles sabem-no melhor que ninguém.
O porquê desse desejo, não entendo, mas que o há, como o alecrim, isso há e em estado bruto.

Querer superar quem nos supera sem nos conseguirmos superar a nós é a atitude mais inútil que existe. Orgulha-te por existires e não queiras existir mais que os outros..

Somos todos pequenos, não queiras ser o maior.
(um palavrão)

Precisava de cuspir…

d.C.

Portugal e o sexo..

Portugal é um país de modas..isso é sabido! Mas, convenhamos..a moda do sexo?.. Dá ideia que de repente Portugal descobriu que o sexo existe. De repente damos connosco a viver num país onde uma revista que não tenha pelo menos uma página sobre o tema sexo não vende e onde um programa de televisão onde o tema sexo não seja o prato do dia simplesmente não é visto. Não é que isto tenha começado ontem..muito provavelmente é progressivo..só que hoje em dia é alarmante.
A coisa de que toda a gente tem medo de ter medo já não é o racismo..passou a ser o "falar" sobre sexo. Somos finos, não porque seguimos as regras de etiqueta, mas porque somos uns valentes e não temos preconceitos ao falar sobre sexo. Até falamos alto no prédio para que o vizinho do 5º esquerdo saiba que nós merecíamos ser administradores de condomínio..afinal, falamos sobre sexo à refeição!!
Jornais que oferecem a prostituição, revistas e telefones a quem comunicamos as nossas dúvidas, programas de televisão que tratam do tema de maneira muito séria ou de forma porcamente corriqueira.
Enfim..não estou contra isto..longe de mim..o sexo é bonito, é bom que estejamos o mais informados possível sobre o tema e é bom que o mesmo não seja tabu.
Simplesmente acordamos um dia de manhã e descobrimos que afinal o sexo não é um mundo de maravilhas. Ficam os homens preocupados porque sabem que as mulheres não estão satisfeitas, ficam as mulheres incomodadas porque não são capazes de o confessar aos parceiros. Descobrimos, depois de milhões de anos de existência, que o machismo tem imperado nas relações, que os homens são egoístas no sexo, que o desejo nas mulheres não é tão espontâneo como nos homens, que o tamanho não importa e que as mulheres simulam orgasmos (ui..isto sim hão-de ser contas de outro rosário).
No fundo, o que estou a tentar dizer é que todos fazemos questão de mostrar que vivemos na geração que fez o sexo deixar de ser um tabu porque simplesmente ele ainda é um tabu. E isso vê-se sempre que alguém é entrevistado nas ruas. Se a pergunta for sobre o facto de dever dinheiro a alguém ou de ser um ladrão sem vergonha..Uf!! Alívio..respondem com a maior das calmas. Se, porém, o tema for sexo, até coram e engolem em seco.
Antes, o sexo era aquilo que só se discutia quase em segredo.
Agora é um tabu banalizado (porque já há quem vá tendo coragem para fazer de conta que não tem dúvidas nenhumas acerca do tema) e que ainda por cima serve para fazer dinheiro...

"O" F.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Olhá tainha!!!

Ontem foi a grande noite..farto da monotonia que a última semana de férias me proporcionou resolvi ir dar banho à minhoca. Não nesse sentido...
Fui pescar!!
Material de pesca na bagageira (e cito: gorros, roupa velha, casacos de sem-abrigo marroquino, canas, 1.5Kg de camarão e muita força de vontade) e três amigos cheios de fé. Clube náutico foi o destino. Pessoal da ganza era a companhia. Nós, entregues à cacimba que nos caía no lombo, fomos fazendo uns lançamentos.
O camarão insistia em ir e voltar com o mesmo aspecto gozão e cretino de quem percebe muito mais de pesca que nós...nem o facto de estar a servir de isco o incomodou.
Mudança de rumo..lota aí vamos nós!
Péssima escolha.
Resultado: duas amostras e um palhaço afogados, 3 linhas cortadas, e 3 peixes em 4 horas. Ora a julgar pelo tamanho dos ditos (cerca de um dedo mindinho cada um) e tendo em conta que éramos 4, penso que ficámos com uma média de 0,0054 peixes cada um.
Espetáculo!!
Pra quem tudo o que queria naquela noite era apanhar qualquer coisa com vida é o suficiente para nos fazer voltar com a mesma tenacidade.
Por fim, queria pedir desculpa às famílias dos 3 exemplares a quem, por desporto, ceifámos a vida . E queria também lançar um desafio à lula que esteve a noite toda à tona da água a patinar de embraiagem só para nos provocar. Na próxima sexta feira no mesmo sítio à mesma hora com a mesma atitude. Em cinco minutos estás cercada de batatas dentro de um tacho.

"O" F.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

"Olho" para o negócio

Lia um jornal... e dou de caras com:

“Catarina 20 anos, cozinheira, faço três pratos.”

d.C.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Pobre Patrícia

A patrícia era uma menina rebelde que um dia resolveu ser hippie.
Deixou de lavar os dentes; o cabelo, jé crespo por natureza, nunca mais viu nada que se assemelhasse a um shampoo; entregou-se às drogas; fez-se amiga das cores que começaram a adornar as suas roupas 100% linho; aderiu ao sexo louco e sem preconceitos; insurgiu-se contra o poder político; tornou-se altruísta; mascarou-se de urso panda no Carnaval; nunca mais cortou as unhas; meteu a mala à costas e foi à boleia para o Woodstock de 1969;
Infelizmente o festival correu mal...ao contrário da maioria dos outros jovens da sua idade..a Patrícia era albina.
Cabelo quase branco; pigmentação 0% na pele e olhos vermelhos de nascença (ou da droga..).
Foi confundida com um abominável homem das neves subnutrido por um Afro-Americano com uns copos a mais..levou dois balázios de uma 9 milímetros no 6º shakra..
Foi desta pra melhor.

"O" F.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Um Clássico

"Até hoje pensava que a pior frase que podia ouvir de uma rapariga era..
- Temos que falar..
Mas não! A pior frase de todas é:
- Eu também gosto de ti, mas como amigo.
Isto significa que para ela, tu és o mais simpático do mundo, aquele que melhor a compreende, o mais dedicado..mas nunca vai sair contigo. Vai sair com um gajo nojento que apenas quer ir para a cama com ela.
Aí sim, quando o outro lhe fizer alguma das dele, ela chamar-te-á para te pedir conselhos.
É como se fosses a uma entrevista de trabalho e até dissessem:
- Você é a pessoa ideal para o posto, tem o melhor currículo, é o que está melhor preparado.. mas não vamos contratá-lo.
Vamos contratar um incompetente. Só lhe pedimos uma coisa, quando esse gajo fizer asneira, podemos chamá-lo para nos tirar da embrulhada em que ele nos meteu?
Eu pergunto:
- O que é que fiz mal? Fomos ao cinema, rimo-nos, passámos horas em cafés e depois de quantos cafés ficámos amigos de verdade? Depois de cinco? Seis? Com um café menos e tinha ido para a cama com ela!?!
Para as mulheres, um amigo rege-se pelas mesmas normas de um tampax: podem ir para a piscina com ele, podem montar a cavalo, dançar mas a única coisa que não podem fazer com ele é ter relações sexuais.
Ainda por cima, bem vistas as coisas se para uma mulher considerar-te "seu amigo" consiste em arruinar a tua vida sexual, o que fará ela com os inimigos?
A mim parece-me muito bem que sejamos amigos, o que não percebo é porque é que não podemos ir para a cama como amigos.
Eu penso que a amizade entre homens e mulheres não existe, porque se existisse saber-se-ia.
O que acontece é que quando ela te diz que gosta de ti como amigo, para ela significa isso e ponto final. Mas para ti não. Para ti quer dizer que se numa noite estão na praia, ela já com uns copos, está lua cheia, os planetas estão alinhados e um meteorito ameaça a Terra..podes muito bem ir para a cama com ela!!
Por isso engoles. Por isso nunca perdes a esperança.
Ela sai com o Rui? Isso vai acabar. E quando isso acontecer, tu atacas com a técnica do consolador:

- Não chores, o Rui era um chulo. Tu mereces muito melhor, alguém que te compreenda, alguém que esteja no sítio certo quando tu precisas, que seja baixito, que seja moreno, que não seja muito bonito, que se chame João..como eu!!
Pelo menos, sendo amigo podes meter nojo para eliminar concorrência. É a técnica da "lagarta nojenta".
Quando ela te diz:

- Que simpático é o Paulo, não é?
- O Paulo? É muito simpático, só é pena ser um pouco estrábico.
- Ele não é estrábico, o que ele tem é um olhar muito ternurento.
- Sim, tens razão. No outro dia reparei nisso quando olhava para a Marta
- Não estava a olhar para a Marta, estava a olhar para mim!
- Vês como é estrábico?

O cúmulo dos cúmulos é o facto dela considerar ter uma relação "super especial" contigo quando pode dormir na mesma cama sem que se passe nada. Como é que é??!! Então o "super especial" não seria se se passasse algo?!
Um dia depois de uma festa, tu ficas a ajudá-la a limpar, como fazes sempre, e quando acabam ela diz:

- É tarde! Por que não ficas aqui a dormir?
- E onde é que durmo?
- Na minha cama.

Aí, até te tremem as pernas. Esta é a minha noite, alinharam-se os planetas!
Passados uns minutos, dás-te conta que não são precisamente os planetas que se alinharam, porque ela, como são amigos, com toda a confiança fica em roupa interior e tu, pelo que vês, pensas:
- Vou ter que ficar de boxers. Com todo o alinhamento de planetas que tenho em cima..
E, assim que te metes na cama, dobras os joelhos para dissimular.
Ela mete-se na cama dá-te uma palmada no rabo e diz-te:

- Até amanhã.

E põe-se a dormir!
Como é que alguém pode adurmecer tão rápido? E esta fulana não reza nem nada? Estás na cama com a rapariga dos teus sonhos. No início nem te atreves a mexer, para não tocar em nada. Sabes que se nesse momento fizessem um concurso, ninguém te podia ganhar: és o gajo mais quente do mundo. E como é longa a noite!
Vêm-te à cabeça um monte de perguntas:
- Tocar uma mama com o ombro será de mau amigo? E se é a mama que toca em mim?
Não podes acreditar que estás na mesma cama e não se vai passar nada. Confias que, a qualquer altura, ela vai dar a volta e dizer:
- Anda lorpa, que já sofreste bastante. Possui-me!
Mas não. Para as mulheres parece que nunca sofremos o suficiente. E como sofres..porque tens todo o sangue do corpo acumulado no mesmo sítio. Já houve mesmo casos de homens que rebentaram. Mas ainda não acabou a tua humilhação.
Às 7 da manhã tocam à campainha:
- AH! É o Rui!
- O Rui? Mas ele não te tinha deixado?
- Depois conto-te tudo. Estou com pressa. Esqueci-me de dizer-te que o Rui ia trazer o cão. Como vamos à praia eu disse-lhe que ficando contigo o cão não podia estar em melhores mãos.

Porque tu és um amigo! "

by: Jerry Seinfeld

G.