terça-feira, fevereiro 21, 2006

"O" post!!

Hoje apetece-me escrever algo muito grande. Algo enorme, gigantesco, colossal. Algo que até os mais resistentes hesitem em ler. E como os posts não se medem em metros vou tentar escrever tanta coisa que vocês vão rezar para que isto acabe. Para que o meu chicote em forma de post pare de vos flagelar as costas em forma de neurónios. Para que as minhas palavras, mesmo inconsequentes, parem de vos urinar em cima dos olhos. Perdoem-me o estado aparentemente colérico..é que enquanto escrevo chove a cântaros lá fora. Ou melhor, não chove nada..mas tem chovido bastante nos últimos dias. Tanto que no caminho para a faculdade o meu automóvel teima em transformar-se em Arca de Noé. Isto, tendo em conta o risco de contaminação pelo H5N1, é um perigo, como compreenderão. E depois molho os livros todos. Uma maçada!
Para juntar a isto, tenho algumas aves que me sobrevoam o quintal e que permanentemente planeiam ataques às migalhas que salpicam o chão e que, ironicamente, não são lá colocadas por mim, mas pelo meu vizinho que é padeiro e portanto pratica uns horários incompatíveis com a minha saúde mental. Porque enquanto durmo ele abre e fecha gavetas, liga e desliga máquinas. E porque durante o dia, que era a minha oportunidade de me vingar com música de furar os tímpanos, estou na faculdade e não posso fazê-lo sofrer. Mas voltando aos pássaros estou preocupadíssimo.
Não deve mesmo haver cura pra isso. Pelo menos ainda não vi nenhum indiano a vender a cura em forma de garrafinha em nenhum semáforo. E olhem que passo por bastantes no meu percurso diário. Um dia destes conto-os.
Agora lembrei-me que para o jantar fiz uma simpática e amarela omelette (lembrei-me também que tenho quilos de roupa para estender) que deriva do ovo e que, por sua vez, deriva da galinha que, por sua vez, pertence a esse grupo de mini-bombas voadoras de gripe aviária. Vou, portanto, falecer dentro de dias, mas levarei comigo a recordação de um peixe que olhava, tristonho, para mim da última vez que fui à pesca enquanto tentava tirar-lhe o anzol da boca. Pobres bixos e que sacanas que nós somos!
Prometo não pescar mais..pelo menos com aqueles anzóis.
Afinal não vou morrer da gripe das aves. Vou esperar e ver o Mundo morrer comigo. Nevou em Lisboa. Acho que isso diz tudo. O fim está próximo. Aliás, está tão próximo que temo nem conseguir publicar este post. Mas Deus vai ser generoso e dar-me cinco minutos. O que é de estranhar sendo que ele sabe que eu sou ateu. Sabe porque segundo me disseram Ele sabe tudo. Não é que eu ande por aí a contar isto a toda a gente. Eu, que até ia à Igreja quando era pequeno, cresço para, tendo tanta coisa para me atazanar a cabeça, me lembrar de questionar uma coisa que desde pequeno me foi dada como verdade indiscutível.
Não sei onde isto vai dar..mas não prescindo dos cinco minutos.
Vou aproveitá-los para fazer tudo aquilo que sempre quis e até hoje não tinha conseguido. Não vou plantar nenhuma árvore, nem escrever nenhum livro, nem ter nenhum filho. Vou, isso sim procurar todos aqueles que me olham de lado e bater-lhes com uma estaca de pinho do tamanho de um braço. Na nuca, onde normalmente é fatal.
Depois, visto a minha roupa mais engomada, aperto o colarinho, penteio-me, canto o hino, carrego uma 9 milímetros com duas balas e deixo-a carregada em cima da mesa da cozinha. Começo a correr em direcção ao fim do arco-íris porque parece ser perto e porque um pote de moedas de ouro dá sempre jeito. Se vier um gnomo verde agarrado a ele..amarro-o e meto-o numa panela com água a ferver a dançar a valsa com uma lagosta. Para que, quando esta era Glacial que se aproxima acabar, quem encontrar a minha casa não perceba nada. Eu não sou simples, não me pretendo básico.
Hei-de ter valor e há-de escrever-se a ouro na porta de minha casa: "aqui viveu alguém que não sabemos quem foi mas que capturou o duende mais procurado de toda a Irlanda".
E isto não vai ter sentido nenhum porque nessa altura já o duende estará morto, já não será procurado por ninguém e a Irlanda será só um punado de areia e xisto. Enfim, podem deixar ficar o ouro. É agradável à vista.
Acabei, não vou ler o post, vou publicá-lo tal e qual como está, com ou sem erros, não vou conferir se de facto é o maior do blog e não me vou despedir de ninguém. Quando o Mundo der de si não vai cá ficar ninguém para contar esta história. Leiam enquanto é tempo e depois façam as malas. O Verão aproxima-se a galope num cavalo branco.

"O" F.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem...Aquela parte das estacas nos que te olham de lado...só te peço que sejas um pc compreensivo c alguns... :P bj*