quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Esperar

Existem coisas que me irritam, umas muito, outras nem tanto e outras que simplesmente não me fazem diferença, suponho que essas não me irritem.
Uma delas é o Esperar, Esperar estafa tanto que faz doer os músculos que querem mexer e não podem, porque, regra geral, inerente ao Esperar está o “esperar de pé”.
Esperar surge nos momentos mais inoportunos, e tinha que ser porque se assim não fosse não incomodava como o Esperar pretende.
O Esperar é metódico e imbecil, ele sabe disso e sabe que as pessoas sabem.
O seu timing é sempre inconveniente e, como tal, inútil já que surge sempre nos momentos ou de maior pressa ou maior conveniência.
Eu não gosto do Esperar.
Não gosto!
O caso em questão tem um âmbito muito particular que diz respeito a feriados ou datas que impliquem pressões políticas, sociais e comerciais, tais como, o Dias dos Namorados e Natal.
O típico português deixa para a última da hora quaisquer compras que tenha de fazer, entenda-se última hora, literalmente, do género são agora onze horas fechamos à meia-noite, o que faz desta situação um banquete para alguém como o Esperar.
Era véspera de dia de S. Valentim, fui procurar algo para oferecer como é característico desta data, não porque fosse o típico português, apenas porque não tinha havido disponibilidade nos dias anteriores.
Se é para oferecer faz todo o sentido que a pessoa a oferecer goste, logo aí surge uma pressão que, conjuntamente, com a minha falta de tacto para prendas, se torne um facto preocupante, não esquecendo a longa fila que se fazia ver nas lojas especializadas para o efeito aliada à hora de encerramento do estabelecimento.
Foram uns quarenta e cinco minutos, em pé, fantásticos que recordarei com o maior dos carinhos.
Chega dia catorze, tudo corria bem e passado um dia agradável resolvemos ir jantar fora mas surpresa das surpresas(ler em tom irónico), tudo estava cheio a abarrotar com filas e filas a acercar cada restaurante.
Foram trinta quarenta minutos muito porreiros também, esperados em pé.
Era desnecessário o Esperar fazer uma cena daquelas, ainda para mais num dia destes, corta o momento e, mais uma vez, era desnecessário.
Proponho, então, que dividam estas datas em três dias consecutivos, sendo estes vistos como apenas um e não como um(a) feriado/data tripartido(a), para evitar estas contrariedades e aborrecimentos.
Passariam a constituir-se da seguinte forma:

Dia dos Namorados – 13, 14 e 15 de Fevereiro
Natal – 24, 25 e 26 de Dezembro

Estas medidas podem ser aplicadas a qualquer feriado ou data relevante que não facilite a sua celebração.
Entretanto e no final, tudo correu como devia, muito em parte devido à companhia que não podia ter sido melhor.


Em recta final de exames, G.

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