segunda-feira, dezembro 05, 2005

Um dia..exótico

Acordei hoje de manhã da mesma maneira que acordo todos os dias, na mesma cama, na mesma casa, no mesmo prédio e até na mesma rua, no entanto parecia que a cidade havia mudado durante a noite.
Aparentemente durante a noite, Lisboa, sem me avisar, deslocalizou-se para esse grande país que é o Brasil para um passeio turístico.
Ia eu no meu caminho para apanhar o autocarro como faço todos os dias, até aí tudo parecia normal, até que entro no meu fiel veículo de transporte e constato que uma comunidade de indíviduos de linhagem brasileira recheava o tal veículo e apenas eu e mais um turista, o rapaz que conduzia o autocarro, erámos portugueses.
Uma vez que já não tenho passe, quando vou para pedir um bilhete ele ao ouvir-me sorri, suponho eu de alegria ao ver um compatriota em terras brasileiras.
Com este cenário pensei eu pra mim, ele há coincidências do arco da velha, tanto brasileiro por metro quadrado e ria entredentes no meu lugar reservado a estrangeiros.
Saio na minha paragem dirijo-me para a zona em que ia apanhar, agora, o comboio e ao subir as escadas qual não é o meu espanto quando oiço de novo aquele idioma entre 3 ou 4 indíviduos.
Começo a ficar preocupado já que não reconheço ninguém de origem portuguesa, e pergunto-me se não me terei enganado a apanhar o autocarro.
Esgueiro-me discretamente para um recanto da estação á espera do meu comboio ( os destinos eram idênticos aos de Portugal..indicava Pragal resolvi arriscar e esperar), nisto um homem nos seus 25 28 anos passa por mim envergando um garruço com um pompom extremamente engraçado e eu vou pensando pa mim, este é claramente tuga, no Brasil faz calor logo não precisa de garruço.
Ora, como tudo o que vai também volta ele regressa vira-se pa mim e diz:

- Oi cara esse trem aí vai no Pragau?
- Desculpe?
- Si vai no Pragau?
- Quer dizer, este vai pa Alcântara mas se esperar um pouco o próximo vai..
- Brigado, valeu hein!!

...e foi embora.

Fiquei parvo, estava sem dúvida em terras que não eram lusas e tinha que estar em Lisboa ás 2 da tarde. Pensei em ligar a avisar que ia chegar tarde mas o meu telemóvel não tem roaming, por isso não liguei.
Fui para Almada, receoso de ir parar a um outro qualquer país, mas não, eram tudo portugueses e fiquei mais aliviado.
Á volta, quando regressava a Lisboa, esta já se tinha des-deslocalizado novamente para Portugal e aí sim respirei fundo.
E pronto, depois de 2 horas de emoção transantlântica intensa estava com uma certa fome e fui almoçar a um restaurante Chinês, curiosamente os empregados eram mesmo chineses, achei giro.


Moral da história:

Depois de um dia assim estou ansioso que deixem entrar a Turquia na UE, assim, por um bilhete de autocarro quem sabe não vou parar a Ankara ou a Istambul, agora é treinar o meu turco.


G.

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